segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

MEMÓRIAS de OUTRORA X

(Continuação)
Quando estes visitantes chegaram ao terreiro da Sanzala devem ter colocado mais lenha na fogueira, já que esta até aqui quase apagada aumenta bastante de brilho.
Sentia os ossos enregelados, pedia à Virgem de Fátima que tudo isto tivesse um fim rápido, que se fizesse rapidamente de dia, mas infelizmente e para aumentar a minha angústia a negra e temida noite estava a ser longa de mais.
Passada uma eternidade eis que o dia parece querer nascer, uma claridade muito ténue começa a cobrir muito lentamente o terreiro da Sanzala, que se encontrava desprovido de qualquer arvoredo.
Repentinamente ouvem-se dois tiros e numa grande berraria surgem de todos os lados da Sanzala, Flechas que também disparam alguns títulos para o ar.
A surpresa fora total, agora já clareava bastante e do local onde me encontrava via homens e mulheres, algumas com crianças ao colo.
Os Flechas passavam a pente fino todas as cubatas e continuavam a reunir junto do local da fogueira todos os seus moradores.
Com a situação sob controlo o meu guarda costas faz-me sinal para que prossigamos e, nos reunamos ao resto do grupo que se encontrava no terreiro da Sanzala.
Sentia os pés tremerem dentro das botas todo o terreno. Parecia-me que o medo e o terror não permitiam que desse sequer um simples passo, estava grudado ao chão, no entanto ganhei forças, levantei-me e com enorme dificuldade coloquei o rádio ás costas e pus-me a caminho.
(Continua)

9 comentários:

Carla Ceres disse...

Que venha logo a continuação! Parar assim, num momento de suspense, deixa os leitores ansiosos. Abraço!

Anónimo disse...

Manuel,


És um mestre em relatar tua trajetória ...
Continuo te acompanhando.

Edum@nes disse...

Esse fim um dia chegou,
Para o poder conquistar
Salgueiro Maia marchou
Para o povo libertar.

De Santarém para Lisboa,
Á procura da conquista
De madrugada em Lisboa
Numa alegria nunca vista.

O terror que se viveu,
Por causa da teimosia
A guerra aconteceu
Porque salazar consentia.

Por não ter inteligência,
Para a mesma negociar
Não quis dar a independência
Proferiu soldados matar.

Para o ultramar os mandou,
Contra as suas vontades
Como tirano na história ficou
Por esconder as verdades.

Um abraço
Eduardo.

franciete disse...

Sentindo que os pés tremiam dentro das botas,e, suas pernas iam ficando tortas.
Estavas grudado ao chão,
e, pela boca saia o coração.

Amigo isto foi só uma gracinha, beijinhos de luz e paz.

Twoefes disse...

Amigo Manuel já há muito que não passava por aqui. Sabes ás vezes o tempo não chega para tudo. Resolvi então começar do princípio a ler o "Memórias de outrora".Sabes que há muito sigo as tuas narrativas sobre a guerra do Ultramar e como aprecio as tuas descrições pormenorizadas que nos deixam empolgados e ansiosos pela continuação. Foi isso mesmo que aconteceu agora, fiquei ansioso pela próxima jornada. Sabendo desde já que tudo acabou bem... Para ti, graças a Deus, senão não estarias cá para nos contares tudo isto!
Um grande abraço.

Maria Rodrigues disse...

Amigo por vezes conseguimos forças mesmo quando pensamos ser impossível.
Bom fim de semana
Beijinhos
Maria

José disse...

E agora no fim de contas, dão-nos cento e cinquenta Euros por ano, e já não são só os pés que tremem.
Esses desse tempo roubaram uma parte de nós, estes agora levam o resto.

Um abraço,
José.

Anónimo disse...

Manuel,



Passei pra te reler e
desejar uma Semana de Paz ...

caçador disse...

olá manuel mas tu esqueceu alguma coisa tu não falas em m´poso m´pala lufico cabeço do top noqui,mas claro não podíamos conhecer tudo mas são salvador não era tão longe assim como ambriz ambrizet tom-boco Bessa monteiro eram uns lugares bestante mas nem tudo podemos conhecer porque aquilo era grande de mais saúde a vc