sábado, 5 de fevereiro de 2011

MEMÓRIAS de OUTRÓRA VIII

(Continuação)
Ainda o tiroteio não tinha terminado e já nós descíamos pela vertente oposta do morro e, nos internava-mos no interior da densa floresta virgem. Aqui a deslocação estava a ser muito difícil principalmente para o homem da frente, a abrir caminho com a catana e que era periodicamente substituído.Pelo meio da tarde depois de uma cansativa deslocação através da cerrada floresta virgem e pelo método de passa palavra, tomei conhecimento que iríamos descansar naquele local até perto do pôr do sol, altura em que faríamos durante a noite a aproximação à Sanzala que ficava já muito próxima.
Esta operação estava a tornar-se muito perigosa e todos os cuidados eram poucos, não fosse o Soba, que provavelmente jogava com um pau de dois bicos, prevendo a nossa ida, ter-nos denunciado ao inimigo e num ápice passarmos de caçadores a caçados.
Assim que começou a escurecer retomámos a cansativa marcha, mas passado pouco tempo a escuridão total tomou conta de nós e da floresta virgem, de novo tivemos que nos socorrer do cinturão do camarada da frente para podermos progredir. 
Com um esforço sobre humano, finalmente chegamos a uma pequena elevação depois da qual e atravessando um terreno cultivado de talvez uns 150 metros, a que os nativos chamavam lavra, surgia uma clareira onde estava implantada a pequena Sanzala, habitada segundo as informações por cerca de 30 pessoas. A cubata do Soba, a maior de todas elas, encontrava-se no centro do terreiro, perfeitamente reconhecida por uma fogueira que se encontrava acesa.
(Continua)

10 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Os Sobas esses habilidosos magos da diplomacia...
(continuo por aqui interessadamente, procorando estímular a minha própria memória)

Abraço

Unknown disse...

Fez ontem precisamente meio século (50)anos que este pesadelo começou.

Abraço.

Maria Rodrigues disse...

Amigo sempre uma narrativa excelente.
O seu cantinho merece o "selo de qualidade" que deixei de presente no meu blog "SELINHOS - Presentes dos AMIGOS".
Tenha um domingo maravilhoso
beijinhos
Maria

franciete disse...

Meu querido amigo isto agora venho só para marcar presença, porque enquanto eu poder, tentarei vir.
Beijinhos de luz e muita paz.

Vinicius Carvalho disse...

Dar ao passado a veracidade dos fatos, é reconstituir o medo.

Mover uma história com endereço certo. É sentar na praça e lembrar. Mesmo que a poça ao lado seja de lágrimas!

Espero tornar a ve-lo no meu blog!

Forte abraço!

Carla Ceres disse...

Depois de uma parte relativamente calma, fica a apreensão pelo que vem a seguir. Continuo acompanhando. Abraço!

Edum@nes disse...

Quer dizer que o objectivo era surpreender os elementos, dos Movimentos Nacionalistas que, porventura, estevessem acoitados durante a noite nessa sanzala?
Esse tipo de assalto, por vezes não era bem sucedido pelas nossas forças, visto que eles, para além de terem informadores à distância,
também tinham mais conhecimento do terreno.
Um abraço
Eduardo.

Anónimo disse...

Manuel,


Aqui estou à te ler e agradecer
suas visitas sempre gentis ...


Bjo e um Dia de Paz.

Vinicius.C disse...

Nossa eu adoro estar aqui!

Como bom contador de novidades, tive que contar a respeito de seu blog para minha namorada, ela virá conhecer e fazer parte desta maravilha!!

Espero que retorne ao Alma, o convite é extensivo aos amigos!

Forte abraço!

Vinicius.C

Vinicius.C disse...

Olá meu amigo!

Muito obrigado por sempre mostrar-se presente no Alma do Poeta!

Ficarei por aqui mais um pouco, lendo e descobrindo mais!

Forte abraço nos encontramos no Alma!

Vinicius.C