(Continuação)
Ainda o tiroteio não tinha terminado e já nós descíamos pela vertente oposta do morro e, nos internava-mos no interior da densa floresta virgem. Aqui a deslocação estava a ser muito difícil principalmente para o homem da frente, a abrir caminho com a catana e que era periodicamente substituído.Pelo meio da tarde depois de uma cansativa deslocação através da cerrada floresta virgem e pelo método de passa palavra, tomei conhecimento que iríamos descansar naquele local até perto do pôr do sol, altura em que faríamos durante a noite a aproximação à Sanzala que ficava já muito próxima.
Esta operação estava a tornar-se muito perigosa e todos os cuidados eram poucos, não fosse o Soba, que provavelmente jogava com um pau de dois bicos, prevendo a nossa ida, ter-nos denunciado ao inimigo e num ápice passarmos de caçadores a caçados.
Assim que começou a escurecer retomámos a cansativa marcha, mas passado pouco tempo a escuridão total tomou conta de nós e da floresta virgem, de novo tivemos que nos socorrer do cinturão do camarada da frente para podermos progredir.
Com um esforço sobre humano, finalmente chegamos a uma pequena elevação depois da qual e atravessando um terreno cultivado de talvez uns 150 metros, a que os nativos chamavam lavra, surgia uma clareira onde estava implantada a pequena Sanzala, habitada segundo as informações por cerca de 30 pessoas. A cubata do Soba, a maior de todas elas, encontrava-se no centro do terreiro, perfeitamente reconhecida por uma fogueira que se encontrava acesa.
(Continua)
10 comentários:
Os Sobas esses habilidosos magos da diplomacia...
(continuo por aqui interessadamente, procorando estímular a minha própria memória)
Abraço
Fez ontem precisamente meio século (50)anos que este pesadelo começou.
Abraço.
Amigo sempre uma narrativa excelente.
O seu cantinho merece o "selo de qualidade" que deixei de presente no meu blog "SELINHOS - Presentes dos AMIGOS".
Tenha um domingo maravilhoso
beijinhos
Maria
Meu querido amigo isto agora venho só para marcar presença, porque enquanto eu poder, tentarei vir.
Beijinhos de luz e muita paz.
Dar ao passado a veracidade dos fatos, é reconstituir o medo.
Mover uma história com endereço certo. É sentar na praça e lembrar. Mesmo que a poça ao lado seja de lágrimas!
Espero tornar a ve-lo no meu blog!
Forte abraço!
Depois de uma parte relativamente calma, fica a apreensão pelo que vem a seguir. Continuo acompanhando. Abraço!
Quer dizer que o objectivo era surpreender os elementos, dos Movimentos Nacionalistas que, porventura, estevessem acoitados durante a noite nessa sanzala?
Esse tipo de assalto, por vezes não era bem sucedido pelas nossas forças, visto que eles, para além de terem informadores à distância,
também tinham mais conhecimento do terreno.
Um abraço
Eduardo.
Manuel,
Aqui estou à te ler e agradecer
suas visitas sempre gentis ...
Bjo e um Dia de Paz.
Nossa eu adoro estar aqui!
Como bom contador de novidades, tive que contar a respeito de seu blog para minha namorada, ela virá conhecer e fazer parte desta maravilha!!
Espero que retorne ao Alma, o convite é extensivo aos amigos!
Forte abraço!
Vinicius.C
Olá meu amigo!
Muito obrigado por sempre mostrar-se presente no Alma do Poeta!
Ficarei por aqui mais um pouco, lendo e descobrindo mais!
Forte abraço nos encontramos no Alma!
Vinicius.C
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