Cuvelai no distrio do Cunene, Sul de Angola. Local no fim do mundo, onde eu e os meus camaradas da C.Caç.3386 passamos algum tempo da nossa juventude, continua a sofrer com as brutais inundações.
Eis aqui a noticia de hoje 19 de março de 2010 pulicada no Jornal de Angola.
O nível das águas das cheias do Cunene está a descer nas localidades mais afectadas pelas chuvas e as populações sinistradas, sobretudo no Cuvelai, enfrentam agora o atraso na chegada de alimentação, medicamentos, tendas e chapas, para reconstruir as casas dos desalojados. Os acessos por terra são impossíveis. Abastecimentos só por via aérea, mas faltam combustíveis para os helicópteros. Mas aos poucos tudo volta à normalidade. O problema é que ainda há muitos dias de chuva pela frente.
Agora que parou de chover são mais visíveis os estragos que as chuvas torrenciais causaram ao município do Cuvelai. Na comuna de Mukolongondjo foram atingidas 321 famílias, 15 quimbos e 34 casas desabaram. Dezenas de lavras estão inundadas e as plantações perdidas. Cinco escolas foram inundadas e o material didáctico ficou destruído.
Na comuna do Cubate as cheias desalojaram 453 pessoas e inundaram 186 lavras. O número de casas destruídas aumentou, mas ainda não foram divulgados os números oficiais pelos responsáveis da Protecção Civil.
Kalonga é também uma zona afectada pelas cheias. Os Bombeiros informaram que 455 pessoas foram desalojadas e 30 quimbos ficaram submersos pelas águas. Em Kalonga,17 casas, uma escola e uma igreja foram destruídas. Neste momento, estão 203 alunos sem estudar.
As cheias ainda amedrontam as populações do Cunene, porque o tempo ainda é de chuva. O sol brilha sobre o Cunene mas a qualquer momento podemos ouvir “o barulho dos tambores de São Pedro”, que é a chuva torrencial a bater nos telhados.
E sempre que chove, as populações da zona do Cuvelai sofrem, porque o rio transborda. Está lá a fonte principal de todas as inundações, mesmo depois da construção de alguns diques de protecção. A ponte de pedra, construída em 1961, até agora tinha resistido às cheias mas desta vez não aguentou.
As águas em fúria do rio Cuvelai conseguiram fazer um buraco bem no centro da ponte, o que impede a circulação automóvel. A ponte precisa urgentemente de uma reabilitação, porque já constitui uma via de risco, principalmente para os camionistas, que passam sobrecarregados de pessoas e bens. As populações que vivem nos arredores da ponte do rio Cuvelai, estão mais informadas sobre os perigos de pescar e nadar. Apesar de haver crianças que continuam a nadar nas águas barrentas, indiferentes ao perigo. Durante o dia, a área está a ser controlada por oficiais da Polícia Nacional para evitar que crianças e adultos se exponham a perigos.
Sem comentários:
Enviar um comentário